E o que me restou?
Essas palavras fatigadas
E uns poucos amigos
Que mal conheço...
E também um pouco de dor
Para temperar as lembranças
E condecorar o futuro
Ah, e para massacrar o presente.
E, talvez, quem saiba,
Esse velho mundo
De tantos olhos
E de tantas pernas
De tantas pessoas...
E de tanta gente.
E esse meu ser cansado
Desesperado
Sempre procurando
A vida entre as coisas
E as coisas entre a vida
E nada consegue encontrar...
O mais triste!
E se encontra,
Encontra tão tenebroso,
Antes não encontrasse!
E só hoje eu fui entender
Aqueles versos, tristes versos,
Que diziam:
“Se me ama, me entenda e me sufoque
Caso contrário, de verdade, me esqueça...”
Está prestes a amanhecer
E novamente eu não sei o que fazer...
Talvez um dia eu entenda, ou não.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Muito bom! Em troca deixo um poema que gosto muito e que talvez vc goste.
ResponderExcluirMOTIVO
Cecília Meireles
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Não somos alegres, nem tristes. Somos poetas. ;)
ResponderExcluir