sábado, 9 de junho de 2012
Eternidades
Tudo é para sempre.
Sim, tudo é para sempre!
O amor, o amigo, a abertura inédita
o campo, a cidade, o chinelo
e as regras.
A mesa, o pigarro, a dor -
todas essas coisas
aspiram eternidade.
As coisas (as coisas grandes, as pequenas
sólidas, líquidas, com certa aspereza
macias, planas, invisíveis
e todas essas outras coisas)
em especial
são eternas.
Tudo é para sempre
e causa efeitos que
não compreendemos
e não entendemos
ou até entendemos
e não lidamos
ou até lidamos
e não aceitamos
ou até aceitamos
mas nunca entendemos.
Sim, todas as coisas duram para sempre!
Cada centímetro de sentimento.
Cada medida de mundo.
Cada partícula, cada suspiro, cada palavra.
Tudo é para sempre,
exceto o tempo - que é uma maldade cronológica.
sábado, 2 de junho de 2012
As mesmas palavras de sempre
O ponto do ônibus
a moça no ponto
o livro da moça
me deixam, assim,
o de sempre.
Minas montanhas
do sentimento avesso,
o avesso do bolso:
da calça,
da minha calça,
me deixam, assim,
o mesmo.
O sol quarando
a gente,
o sol quarando
os outros,
os todos
os muitos
todos me deixam
assim
na mesma.
A minhas palavras
na prosa
poética
confabulada
meio moderna
meio nada
meio cibernética
me deixam, assim,
com um nó na garganta
e com vontade de voltar.
(ai meu Deus!)
a moça no ponto
o livro da moça
me deixam, assim,
o de sempre.
Minas montanhas
do sentimento avesso,
o avesso do bolso:
da calça,
da minha calça,
me deixam, assim,
o mesmo.
O sol quarando
a gente,
o sol quarando
os outros,
os todos
os muitos
todos me deixam
assim
na mesma.
A minhas palavras
na prosa
poética
confabulada
meio moderna
meio nada
meio cibernética
me deixam, assim,
com um nó na garganta
e com vontade de voltar.
(ai meu Deus!)
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