Mão no bolso, tento seguir em frente. Mas não há mais que duas mãos. Não há muitas coisas na frente. Tenho medo de não ter mais mãos; tenho medo de não haver mais frente.
Tenho medo. Confesso.
Frases desconexas, amores desconexos, sentidos desconexos. Tudo, tudo isso, evidencia o mais plausível de tudo que há em mim: algo que não sei dizer. Não sei dizer nem o motivo e nem a causa disso tudo.
Sou coloquial. E nem sempre há palavras suficientes para me comprometer.
Às vezes passo despercebido. Os carros, as janelas, os papéis, os pássaros, a linguagem. Também passam despercebidos.
Mas eu os percebo.
O que será que a vida quer de nós? O que será que Deus espera de nós?
E é assim. Sem mais nem menos se percebe que já não há a mesma empolgação de cinco minutos atrás. E o que será amanhã é mais certo do que já passou.
Sou coloquial e eu amo isso.
E se você me pede para repetir, eu repito.
Repito que “sou coloquial”, mas sobre amar é difícil. Dizer que “amo” causa alvoroço, desregulando o correr natural das coisas.
É...