terça-feira, 27 de outubro de 2009

Os nós da humanidade

Nós que escrevemos sobre vida, falamos sobre morte. Comentamos sobre o que acontece ao nosso redor. O mundo às vezes nos parece estranho, mas sempre nós temos o poder para recomeçar. Nós criamos, mas podemos destruir. Nós amamos, mas também podemos odiar. É o nosso jogo de vice-e-versa.

Às vezes nos falta algo original, por isso buscamos sempre nos camuflar. Precisamos de ideias prontas para provar o que pensamos! Precisamos de opiniões velhas para reforçar nossas posições. Não que sintamos inseguros, isso não. Mas é que dois é sempre melhor que um, três é melhor que dois, uma multidão é melhor do que um na multidão. Por isso vivemos em multidões, para que nosso grito seja maior. Nós somos a multidão e precisamos muito ser escutados.

Nós que com dificuldade alcançamos tudo. Nós que a todo tempo procuramos convencer a nós mesmos (de tudo ou de nada). Nós que ansiamos por tudo e não desejamos nada. Nós que falamos globalizadamente, mas somos incapazes de enxergar apenas um só. Ora essa, é assim que as coisas funcionam para nós. Um só é pouco demais para nós notarmos. Um pouco é só um. Nós somos nós.

E o que nos contenta? - Só fica a pergunta. Ora é isso mesmo! Cabe a nós somente fazer perguntas, e deixar solta para um alguém responder. Nós não respondemos, nós perguntamos.

Ora, é isso: Nós somos o que podemos ver e não somos o que não podemos ser. Está tudo definido, afinal. E sendo assim, é claro, optamos pelo plural. O óbvio plural, que se instalou desde o início nesse nosso texto. Só nos restou o plural. Pois já não há singular. Ele foi sufocado e não volta mais. Basta? Basta!

Esqueça alguém, algum, aquele, aquela, eu, você. Menospreze os pronomes, esqueça a concordância. Contente-se conosco. Consiga nos alcançar. Lembre-se de nós. Apenas nós. E esqueça o resto...

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