Para as roupas lavar
E o chão enxugar
E os olhos tremer
E os ouvidos tapar
Faço-te esses versos
Se o nariz entupir
E o código falhar
E a repetição envolver
A maresia chegar
O cabelo cair
E o tempo passar...
Relembro-te minha vida
Mas se a chuva chegar
E você me esquecer
E o fogo queimar
E você se lembrar
Se a vassoura varrer
E se você morrer...
Antes mesmo de tudo
Cantarei em silêncio
E se tempo não vier
E a pele enrugar
E eu se eu me congelar
E se eu me tornar
E se eu me mudar
E se eu me matar
E se algo terrível acontecer
(...)
eu não vou te pedir
de maneira normal
de um modo usual
sobre uma poesia casual
para que fale qualquer coisa
com ou sem beleza.
Mas se tudo acabar
(e se for assim)
E se eu me perverter
E se eu enlouquecer
Na passagem dos anos
Saiba:
tudo começou normalmente,
como se deve tudo começar.
domingo, 16 de janeiro de 2011
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"Mas se tudo acabar
ResponderExcluir(e se for assim)
E se eu me perverter
E se eu enlouquecer
Na passagem dos anos
Saiba:
tudo começou normalmente,
como se deve tudo começar."
Dá um desespero isso! Mas...pura verdade!
"E se isso, E se aquilo, E se aquilo outro"...isso é tão "E agora José?"! Ah, poetinha, bem se vê que é das suas crises de TPM que saem seus melhores escritos, neah? Mais um motivo pra eu aprender a te esperar com paciência...
ResponderExcluirO poeta só é grande quando sofre (:
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