domingo, 23 de janeiro de 2011

Adeus às Terras Sombrias

Aqui, tudo certo. Não há que se chorar, apenas sentir e olhar o advento do que há de vir.

Deste luar, quero a cor.

Desta música, quero a eternidade.

Da busca eterna pelo Eterno, quero a intensidade do andar chorar amar sofrer.

Dos vales acesos nas noites escuras, insistindo em continuar, quero a força da luta e não a alegria de possíveis vitórias.

Dos olhares ternos daquelas que cuidam, e daqueles que amam, quero a lembrança que tirará minhas vísceras e arrasará meu coração e não me deixará viver em paz.

Das amizades, quero as árvores que crescem, as folhas que caem, os frutos saudáveis, os vermes, a sombra, tudo que há, e, pro futuro, as sementes pequenas.

Das famílias desamparadas, espero que me deixem a sujeira das unhas, o teor das lágrimas, as vontades de esperança, e a esperança de vontades.

Das grandes metrópoles, gente andando, carros a passar, quero sempre a sua poesia.
Da infância, a mente; da juventude, os olhos; da velhice as mãos.

Do tempo, peço parcimônia.

De Minas, gerais. Sempre, não esquecer jamais.

De Guimarães, rosa; de Carlos, Drummond; de Fernando, Sabino; de Lewis, Narnia; de José Mauro... apenas Zezé.

Dos corações quero alma; da palavra peço calma.

Da oração, toda a sinceridade sombria; da religião eu quero a morte; dos templos, a destruição; da simplicidade, a permanência.

E da vida eu espero a morte, é claro. E do resto, ah, deixe vir.

E desse texto, a certeza de que nunca terminará...

Nos olhos de quem lê e na mente de quem respira fundo... e sorri.

Ah!

Um comentário:

  1. Por que de Lewis vc não quis o C.S? Ou, por que de Sabino vc não quis o Encontro, de Rosa o Grande Serão e de Drummond um poema qualquer?

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