domingo, 11 de julho de 2010

Bem bonita

Quem dera
ser compositor das horas felizes
ser poeta das perdições
acalmar os corações
que tanto insistem em insistir.
Ah, quem me dera!
Sentir assim
mais intenso
o revoar dos seres minúsculos
e invisíveis...

Ser assim
Um pouco mais dócil
com o açúcar inexplicável
que nem se sabe quando adoça
e se adoça,
quem me dera saber.

Poderia eu entender
alguma coisa sequer sobre o ser humano,
alguma coisa sequer sobre a mim mesmo?
Alguma vez
Alguma coisa
esse mar de homens
Perdidos, todos perdidos, todos
Mas não!
Sou assim: estranho!
Quem me dera, meu Deus...

Talvez seja noite o dia em que eu morrer
Quem me dera saber.

Saber se vai chover
Saber o fim da guerra
Conhecer o instante final
O placar final
Dos pontos, dos gols, das vidas
Vividas, sentidas, marcadas
Quem me dera.

Quem dera saber a fórmula
da surdez da alma.

Pudera eu escolher alguma coisa
nessa vida
Seria um pouco mais feliz.

Ah, minha agonia
essa agonia
Essa solidão...
Quem me dera poder fazer
versos maduros
Como todo poeta consciente,
poeta que não sou.

Quem me dera ser poeta
de verdade
desses que a gente sonha em ser
Com verso, rima e tudo
Mas sem essa tristeza
Que é pra eu ser mais feliz...
Ah quem dera...

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