Em tempos de Copa do Mundo de futebol, há um enorme patriotismo e amor à nossa pátria. Patriotismo que faz o comércio se fechar, os chefes liberarem seus funcionários , entre outras coisas que não se vê – não que eu me lembre – em outra época.
É impressionante como um torneio esportivo pode influenciar tanto a vida das pessoas. A religião e a política invejam o futebol nesse sentido. O amor ao esporte no Brasil é peculiar e, felizmente ou infelizmente, se resume a futebol.
Esse patriotismo em tempo de Copa é criticado por muitos, os mais intelectuais, e leva-me a uma reflexão ainda maior, e mais intelectual ainda: Falta-nos Pátria.
Não falo dos brasileiros, não falo do Brasil. Me refiro ao ser humano contemporâneo. E me refiro, com a cabeça quente, a uma pátria subjetiva que na qual está se está inserida os valores, as vontades, os medos, os limites.
Perdemos nossa noção, estamos perdidos. Tão perdidos ao ponto de não nos reconhecermos mais. Se duvida, pergunte a uma pessoa quem ela é e tente escutar uma resposta precisa.
Nossos valores não são mais valores; são memórias. Nossas vontades não são mais vontades; são necessidades. E o nosso medo é um anseio. E não temos mais limites.
Há que existir uma pátria, mas ela não existe. Há que existir um lugar onde o ser humano, repleto de sua individualidade, se encontre, seja acolhido, seja entendido, reforce sua mentalidade.
Há que existir uma pátria para cada um de nós: mas não existe. Pátria muito mais profunda.
Houve a religião (disfarçada de Deus) que tentou oferecer uma pátria o ao ser humano. Bem que conseguiu, mas não consegue mais.
O ser humano assiste sua independência a cada dia. Está cada vez mais desgarrado e só. Está matando cada vez mais. Está desinformado cada vez mais. Está amando cada vez menos. Isso é impressionante! O que tem prevalecido são os instintos. E só. Sorte aos comerciantes e donos de motéis.
Há que haver uma pátria. Amada, idolatrada, salve salve. E que salve mesmo.
Há que existir uma pátria capaz de trazer esperança e vontade. Uma pátria que, em mim, talvez, me ajudaria a concluir esse texto.